Museu de Arte Sacra (MAS) de Uberaba e as vestes sacras.
Exposição do acervo
Administrado pela Fundação
Cultural
Horário de visitação: Terça a
sexta das 12h às 18h e sábado e domingo das 8h às 12h – Igreja Santa Rita –
Praça Manoel Terra, snº – Centro
Telefone: 3316-9886
Coordenador: Hélio Siqueira
masmuseusdeartedeuberaba@yahoo.com.br
*Visitas guiadas deverão ser
agendadas com antecedência através do telefone do museu.
O Museu de Arte Sacra está
instalado na Igreja de Santa Rita, construída em Uberaba, no ano de 1854, e
tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1939.
O acervo, rico em peças barrocas
dos séculos XVIII e XIX, conta a história da Igreja Católica na região. Muitas
peças são provenientes de doações da Cúria Metropolitana, sobressaindo-se as
seções de vestes sacras, estandartes de procissões, paramentos, alfaias,
imagens e mobiliário.
Um dos exemplos de seu valioso
acervo é o Conjunto de Casula feito com tecido bordado com linha e fios de
ouro, proveniente da França em 1909. Depois de um longo período em que ficou
fechada para restauração do local, a igreja retomou suas atividades normais,
desta vez com um novo projeto para o acervo de obras sacras, com exposições
temáticas.Após a restauração da igreja, o museu ficou fechado por um tempo para
reorganização e limpeza do acervo e agora retorna com funcionamento de terça a
sexta, das 12h às 18h e aos finais de semana das 8 às 12h.
Dentre as peças do acervo está a
escultura em madeira policromada de Santa Rita de Cássia ou Santa Rita das
Causas Impossíveis para os mais devotos, sendo a única imagem que restou da
capelinha original, erguida pelo advogado Cândido Justiniano da Lira Gama em
1854. A base da imagem foi refeita após a criação do Museu de Arte Sacra,
seguindo o modelo original apodrecido. No ano de 2003 a imagem foi devidamente
restaurada.
Desde seu surgimento a igrejinha
de Santa Rita se tornou ponto obrigatório de visitação e ao longo de sua
história serviu de inspiração para fotógrafos, poetas e pintores do Brasil e do
mundo. A igreja é o único prédio tombado pelo Instituto do Patrimônio
Histórico, Artístico e Cultural em todo o Triângulo Mineiro.
Recentemente passou por reforma
da instalação de uma cerca ao redor da igreja e foi realizado pela Casa do
Artesão, com incentivos de empresas da cidade, por meio da Lei Rouanet. O
orçamento total do projeto de restauração do prédio foi de aproximadamente R$
770 mil.
A Fundação Cultural informa que
todos os meses os fieis podem se preparar para a missa em louvor a Santa Rita,
sempre no dia útil mais próximo do dia 22, às 18h30. A celebração é realizada
pelo pároco da Paróquia de São Domingos.
Nosso Senhor dos Passos
Madeira Entalhada e Policromada
Século XIX
Alt 176 cm
Proveniente da Catedral de
Uberaba
Igreja de Santa Rita – 159 Anos
Hélio Ademir Siqueira*
Os historiadores são unânimes em
dizer que o período de maior prosperidade de Uberaba no século XIX, se deu em
1820 a 1859. Foi nessa época que a localidade, vencendo as etapas de
dificuldades de sua fundação, alcançou as prerrogativas de vila e cidade.
Neste ambiente de comércio
intenso e desenvolvimento constante, sob a proteção de seus padroeiros São
Sebastião e Santo Antônio, a fé do povo se expandiu e mais uma capela foi
erigida, dedicada a Santa Rita das Causas Impossíveis.
Cândido Justiniano da Lira Gama,
devoto que era de Santa Rita, e em cumprimento de uma promessa para se livrar
do vício da bebida, mandou construir em 1854 a pequena capelinha em louvor a
Santa.
Em 1877, o tempo implacável com
essa construção singela, solicita reparos urgentes que são providenciados pelo
negociante Major Joaquim Rodrigues de Barcelos, também atendido por Santa Rita
em seu pedido de se tornar pai. Em 1881, os padres dominicanos se estabeleceram
em Uberaba realizando sua catequese na igreja de Santa Rita que se tornou
pequena para tantos fiéis.
Os ritos sagrados são
transferidos para a imponente Igreja de São Domingos inaugurada em 1904 e a
igrejinha de Santa Rita permaneceu fechada ao culto religioso durante muitos
anos, sofrendo com o desuso, mais uma vez, as consequências do tempo.
Enquanto outras igrejas mais
imponentes eram construídas na cidade, Santa Rita se achava em ruínas, foi
quando por volta de 1939, Gabriel Totti requisitou e conseguiu do recém criado
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional "IPHAN" o
título de Monumento Histórico para a graciosa construção.
A Igreja de Santa Rita, pela sua
singela beleza, tornou-se ponto obrigatório de visitas e ao longo de sua
história, motivo de inspiração de pintores, poetas e fotógrafos - Anatólio Magalhães,
José Maria dos Reis Júnior, Almeida Carvalho, Genesco Murta, Ovídio Fernandes e
Hélio Siqueira pintaram muitas vezes e em muitos estilos o monumento aninhado
na impotente colina, e tendo como pano de fundo um rico paredão verde. Em
ruínas ou restaurado, fotógrafos, tais como o imigrante Ângelo Prieto e tantos
outros, exploraram a sensibilidade para registrá-la e guardá-la como documentos
para a prosperidade.
Com a criação da Fundação
Cultural de Uberaba, seu primeiro Diretor, o poeta Jorge Alberto Nabut, com
empenho do Arcebispo Dom Benedito de Ulhôa Vieira da Cúria Metropolitana,
inauguraram o Museu de Arte Sacra no dia 11 de maio de 1987.
Hoje, a Igreja de Santa Rita é um
espaço respeitado por todos nós, onde religiosidade, beleza e cultura se mesclam,
enchendo de orgulho e fé a alma do povo Uberabense.
_____________
*Hélio Ademir Siqueira - Agente
de Projetos Culturais da Fundação Cultural de Uberaba.
"ÍCONE"
Pintura sobre madeira - Trípitico
- Doação - Domitila Ribeiro Borges
Histórico: "Ícone" é
uma palavra grega que significa "imagem", representação. No ícone, a
Igreja não vê apenas um aspecto qualquer do ensinamento cristão, mas a
expressão do cristianismo em sua totalidade.
Por isso, é impossível
compreender ou explicar a arte eclesiástica fora da Igreja e de sua vida. O
ícone, como imagem sagrada, é uma das manifestações da Tradição da Igreja. A
veneração dos ícones do Salvador, da Mãe de Deus, dos Anjos e dos Santos é um
Dogma da fé cristã que foi formulado no II Concílio Ecumênico de Nicéia (787) -
um dogma que emana da confissão fundamental da Igreja: a encarnação do Filho de
Deus. O ícone de Nosso Senhor é o testemunho de sua encarnação, verdadeira, não
ilusória. O significado dogmático do ícone foi claramente formulado durante o
período iconoclasta.
CONJUNTO DE CASULA
Tecido bordado com linha e fios
de ouro - Ano - 1909
Doação - Dom Benedito de Ulhôa
Vieira
Histórico - Conjunto de Casula,
Estola, Manípulo, Pala e Véu do Cálice. Peças encomendadas na França por Generosa
Liberal Pinto para Ordenação Sacerdotal do filho Pe. Gastão Liberal Pinto, em
São Paulo (1909) que as usou novamente em 1934 ao sagrar-se Bispo de São Carlos
(SP). Foram doadas pela mesma em 1948, a Dom Benedito de Ulhôa Vieira quando
ordenou-se Sacerdote. O Bispo Emérito de Uberaba usou-o pela segunda vez em
agosto de 1978, doando-os então ao Museu de Arte Sacra, do qual é fundador.
A Casula é bordada em relevo com
fios de ouro e outros materiais. Apresenta nas bordas desenho primoroso
inspirado na vegetação, tendo ao centro grande cruz barroca, com raios, flores
de lis estilizadas, botões de rosas e outros vegetais, numa exuberante alegoria
ao Sagrado Coração de Jesus. Na tradição católica, as Missas eram rezadas pelo
Sacerdote de costas para os fiéis e de frente para o Altar. Daí a tradição de
enriquecerem os paramentos litúrgicos na face vista pelos fiéis.
SANTA RITA DE CÁSSIA
Madeira Policromada - Ano - 1854
(aproximadamente) Acervo Museu de Arte Sacra
Esta escultura em madeira
policromada de Santa Rita de Cássia, ou Santa Rita das Causas Impossíveis, é a
única imagem que restou da Capelinha original erguida pelo advogado Cândido
Justiniano da Lira Gama em 1854.
A imagem é caracterizada com o
hábito das freiras Agostinianas - pintado de marrom escuro com pala branca e
véu também marrom, cingindo a cintura uma cinta preta. Tem olhos de vidro.
Santa Rita é representada com uma chaga na testa - segura na mão direita um
Crucifixo (desaparecido) na esquerda uma palma entalhada e na cabeça um lindo resplendor
de prata, raiado (não original). A base da imagem foi refeita após a criação do
Museu de Arte Sacra, seguindo o modelo original apodrecido.
A imagem foi devidamente
restaurada em novembro de 2003.
Histórico: Rita nasceu na pequena
aldeia na região de Cássia/Itália, província da Úmbria, chamada Roccaporena, a
22 de maio de 1381, filha do casal Antônio e Amata. Os historiadores costumam
afirmar que a Úmbria é terra de bandidos e Santos, dada a confusão em que vivia
a Europa da época ameaçada principalmente pela invasão dos mulçumanos.
Foi nesse ambiente agitado que
Rita viveu e deu seu testemunho de fé e santidade. Desde criança, convivendo
numa família católica, Rita imaginava viver a felicidade dentro de um convento,
único lugar reservado a paz e a meditação, mas muitos outros fatos vão se
suceder antes que isso aconteça.
Aos 17 ou 18 anos Rita casa-se
com o violento Paulo Ferdinando jovem famoso na região por suas mazelas e
bebedeiras.
A região de Rita Contava com
vários conventos dos frades agostinianos - famosos por sua santidade e
pregadores do evangelho. Como provocação, Rita de Cássia perde o marido
assassinado, e num curto espaço de tempo seus dois filhos que vão vingar a
morte do pai.
Por amor a Deus Rita tenta
colocar em prática sua decisão de infância, de tornar-se religiosa realizando
seu antigo desejo de doação a Deus. Para que as rígidas regras do convento
aceitassem a decisão de Rita, foi necessária muita persistência, pois os conventos
não aceitavam viúvas.
Foi neste espaço de paz e fé
cristã que Rita pode vivenciar tudo que aprendera com a doutrina de Santo
Agostinho.
No ano santo de 1450, durante a
celebração do Jubileu, Rita faz uma peregrinação a Roma e nesta caminhada
penosa de Cássia até o centro do cristianismo, a chaga que Rita tinha aberta na
testa, fecha-se como Milagre alcançado pela fé.
Santa Rita morreu no dia 22 de
maio de 1457, contando 76 anos de idade.
A partir de sua morte cresceu a
fama de sua santidade, manifestada através de vários milagres e o humilde
convento das agostinianas de Cássia tornou-se ponto de peregrinação.
Por um privilégio singular Santa
Rita nunca foi enterrada, seu corpo foi colocado em uma caixa de nogueira sob o
Altar, permanecendo intacto até nossos dias na basílica a ela construída em
1925.
Rita foi beatificada em 1628 e a
canonização foi realizada no dia de Pentecostes no ano santo de 1900. A devoção
a Santa Rita se espalhou rapidamente pelo mundo e são muitas as homenagens que
o povo lhe presta, através da construção de Igrejas, nomes de cidades, lojas e
pessoas.
"RELÍQUIAS"
Conjunto de relíquias com 63
peças - Doação - Dom Benedito de Ulhôa Vieira
Uma relíquia é um objeto
preservado para efeitos de veneração no âmbito de uma religião, sendo
normalmente uma peça associada a uma história religiosa. Podem ser objetos
pessoais ou partes do corpo de um Santo. O culto das relíquias atingiu seu
apogeu no catolicismo. As relíquias são usualmente guardadas em receptáculos
próprios chamados relicários.
Histórico: O primeiro exemplo do
culto de uma relíquia por crentes cristãos surge em 156 em Smyrna (atual
Esmirna na Turquia), a propósito do martírio de São Policarpo relatado, por
exemplo, nas obras de Eusébio de Cesaréia. Depois de ter sido queimado na
fogueira, os discípulos do mártir recuperaram os ossos calcinados do seu mestre
e acolheram-os com objetos sagrados. Mais tarde diversos milagres foram atribuídos
a esta relíquia e a busca por objetos semelhantes tornou-se cada vez mais
popular, conduzindo, por exemplo, à descoberta da Cruz da Crucificação de Jesus
Cristo em cerca de 318 d.C.
As relíquias e o culto aos Santos
sempre ocuparam lugar de destaque na Igreja Católica desde seus primórdios.
Estes costumes foram acentuados no século XVI quando houve o grande cisma em
que o monge Martinho Lutero da Igreja Alemã colocou em dúvida a venda das
indulgências.
As relíquias eram usadas nas
Igrejas nas cerimônias após a Missa do dia do Santo.
Ex: São Sebastião - 20 de
janeiro, Santa Rita - 22 de maio, Santa Cecília - 22 de novembro. Os fiéis em
fila beijavam respeitosamente a relíquia que era apresentada pelos padres que
oficializavam a cerimônia.
PIETÁ
Cerâmica Paulistinha
Século XVIII
Aquisição: Acervo do Museu de
Arte Sacra
Na cronologia cristã
"Pietá" significa "piedade". É a Mãe segurando o corpo do
Filho morto momentos depois de retirado da Cruz.
É um tema recorrente de todos os
artistas que sempre comunicam, através de suas obras, o momento dramático
vivido por Maria.
Pesquisa: Hélio Siqueira
Auxiliar de Ação Cultural:
Adriana Cristina Silva e Ozana Soares Durão
http://khristianos.blogspot.com.br/search?q=vestes+sacras
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