Sagrada Família" (Doni Tondo) de Michelangelo
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texto de LuDiasBH
Esta pintura foi encomendada a Michelangelo, em 1500, por um
florentino de nome Agnolo Doni, por ocasião de seu casamento com
Madalena Strozzi. O nome da obra, portanto, refere-se ao formato do
quadro (tondo: redondo, circular) e ao sobrenome do cliente "Doni
Tondo". A pintura é também conhecida como uma das primeiras
obras pictóricas do artista.
Trata-se de uma composição complexa, com cores vibrantes e figuras
monumentais. É tida como uma das obras-primas da arte ocidental.
Nela não existe nada a lembrar-nos de que se trata de uma arte
sacra. O pintor usou a forma piramidal, em vez de triangular, para
resolver os problemas da corporalidade e do movimento das figuras,
centralizando a Sagrada Família na composição. A obra foi
executada como se fosse uma escultura, como se as figuras tivessem
sido esculpidas num bloco de mármore.
O tema da obra é a Sagrada Família, que está unida de modo a criar
uma composição viva. Em primeiro plano, a Virgem Maria, com os
braços nus, levanta seu vigoroso Menino, usando uma torção
difícil, para repassá-lo a seu esposo São José, que se mostra bem
envelhecido, com suas longas barbas brancas e escassos cabelos,
contrastando com a juventude exuberante da Virgem.
Próximo ao muro, entre a Sagrada Família e os nus, está o
pequenino João Batista, quase esboçado, com suas vestes de pele de
ovelha, segurando um galho seco, como se separasse o mundo pagão do
divino, olhando extasiado para a Virgem Maria, São José e o Menino.
Sua presença na pintura lembra que ele é o percussor da salvação,
que virá através de Jesus Cristo.
Ao fundo está um grupo de cinco nus esculturais, que exibem belos
músculos e apresentam luz sobre a superfície do corpo. Alguns
críticos interpretam-nos como um grupo de neófitos, já despidos,
esperando pelo sacramento do batismo. O fato é que a presença dos
nus tem sido interpretada de maneiras diferentes. Para alguns,
tratam-se de símbolos pagãos, simbolizando o mundo clássico, antes
da chegada do Salvador, enquanto para outros tratam-se de figuras
angelicais. Dizem também se tratar de figuras proféticas,
anunciando a chegada da Igreja, que é simbolizada pela Virgem Mãe e
São José, enquanto o Menino simbolizaria o mundo sob a graça de
Deus. E São João Batista simbolizaria a união entre o mundo
clássico e o cristão.
A Virgem é a figura mais volumosa da obra. Sua cabeça esta voltada
para a direita, em direção ao filho, que brinca despreocupadamente
com seus cabelos. São José, agachado, traz o corpo inclinado para a
direita, com uma perna dobrada e a outra espichada. Ao longe,
podem-se ver montanhas e um rio, possivelmente uma referência ao rio
Jordão. O uso das cores vermelha, azul e amarela, matizadas nas
zonas de intensa claridade, provocando diferenças tonais, será mais
tarde vista nos maravilhosos afrescos da Capela Sistina.
Ficha técnica:
Data: c. 1504 -1506
Técnica: óleo sobre painel
Dimensões: 120 cm de diâmetro
Localização: Galeria dos Uffizi, Florença, Itália
Fontes de pesquisa:
Gênios da Arte/ Girassol
Grandes Mestres da Pintura/ Coleção Folha
Grandes Mestres/ Abril Cultural
Renascimento/ Taschen
Tudo sobre Arte/ Sextante
1000 Obras da Pintura Europeia/ Könemann
Os Pintores mais Influentes/ Girassol
Arte em Detalhes/ Publifolha
Góticos e Renascentistas/ Abril Cultural
Fonte: Virus da Arte
http://khristianos.blogspot.com.br/2015/
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